Carros Sexta-feira, 19 de Agosto de 2022, 10:38 - A | A
Sexta-feira, 19 de Agosto de 2022, 10h:38 - A | A
Fotos: Eduardo Rocha/Auto Press
Automóvel é um objeto de moda. Por mais que, na hora da compra, o consumidor tente racionalizar a escolha, a emoção fala mais alto. Mas há questões pragmáticas que devem ser respeitadas na escolha. Se é necessário que o carro comporte muitos ocupantes ou mesmo se a família costuma viajar com todo o guarda-roupa nas malas, as minivans foram, até hoje, a melhor resposta. Mas elas saíram de moda e das linhas de produção. A única exceção no mercado brasileiro é a Chevrolet Spin. Para tornar o modelo mais palatável aos adeptos – ou vítimas – da moda, é que foi criada em 2015 a versão Activ, três anos após o lançamento da Spin “normal”. Atualmente, o modelo é oferecido para cinco ou sete passageiros – como a versão avaliada – e ocupa o posto de top de linha.
A Spin Activ7 custa exatos R$ 128.390, cerca de R$ 2.500 a mais que a versão Premier. Isso significa que ela tem todos os recursos disponíveis na gama, além de um visual ornamentado com um conceito mais jovial. Caso da logomarca da Chevrolet em preto, o Bow Tie, para-choque, grade e saias laterais em preto e faróis com máscara negra.
Por dentro, a versão traz itens usuais como ar, direção, travas com controle remoto, faróis e lanterna de neblina, vidros e espelhos elétricos. Tem ainda rodas de liga leve aro 16 e sensores de luz e de chuva, camará de ré e sensor de obstáculos traseiro. O volante multifuncional, que tem ajuste apenas na altura, comanda som, telefone e controle de cruzeiro e a central multimídia MyLink traz tela “touch” de LCD com 7 polegadas, com espelhamento via Android Auto e Apple CarPlay. O revestimento dos bancos é em couro sintético e tecido com padronagem mais esportivas, sempre em tons de preto, cinza e branco, com pespontos em branco. A segunda fileira de assentos corrediça, com 11 cm de amplitude, permite balancear a distribuição de espaço com os bancos da terceira fileira.
O motor 1.8, de 106/111 cv e 16,8/17,7 kgfm de torque, passou por uma reengenharia para atender aos níveis de emissões Proconve L7. Ele é gerenciado por um câmbio automático de seis marchas, que transfere a força do motor para as rodas dianteiras. Em relação aos sistemas de segurança, o Activ7 traz airbags frontais, encosto de cabeça e cinto de três pontos para todos os ocupantes, ABS nos freios e controle de tração e estabilidade. Com esta receita, o modelo emplacou em média 1 mil unidades por mês em 2022. O potencial, porém, é pelo menos o dobro disso. O teto na GM tem sido o fornecimento de componentes, que limita não só a Spin, mas também o Onix, o Onix Plus e a Tracker.
Desempenho – Depois das mudanças, o motor 1.8 passou a trabalhar de forma mais macia, sem perder em disposição. A potência se manteve entre 106 e 111 cv, com torque de 16,8 a 17,7 kgfm. Não se trata de um modelo chegado a atividade esportivas mais radicais, mas tem acelerações e retomadas corretas. O câmbio é bastante responsivo, com trocas suaves em giros baixos e médios, mas um pouco mais brusco em giros mais altos ou no kick down. O zero a 100 km/h é cumprido em 11,3 segundos, com máxima de 168 km/h. Nota 7.
Estabilidade – A Spin Activ7 tem 15,2 cm de altura livra para o solo, o que a deixa 1,6 cm mais alta que as versões “civis”. Isso que ajuda a enfrentar caminhos mais difíceis sem comprometer muito a estabilidade. O modelo rola de forma perceptível, mas não incômoda, nas curvas mais forçadas, mas tem comportamento neutro em ambiente rodoviário. A dinâmica é compatível com a proposta do modelo. Nota 8.
Interatividade – Os controles ficam nos locais tradicionais, o que facilita a familiarização. Apenas o comando do computador de bordo segue o antigo estilo da marca, onde é preciso torcer a ponta da haste da sete para navegar pelas telas – os carros mais novos da marca já trazem estes controles no volante multifuncional. A central multimídia tem uma tela touch no console frontal de 7 polegadas. Isso denuncia a idade do projeto, pois atualmente as telas são maiores e em geral ficam em posição elevada. De qualquer forma, é prática e se conecta facilmente. O modelo conta com câmera de ré e sensor de obstáculos, além de ótima visibilidade em todos os ângulos. Nota 8.
Consumo – A avaliação da Spin Activ7 pelo InMetro em 2022 obteve médias de 6,9/10,0 km/l na cidade e 8,7/12,4 km/l em ambiente rodoviário, com etanol/gasolina. Em relação ao modelo 2021, antes dos trabalhos da GM para adequação à normas de emissões L7, o modelo apresenta média 0,2 km/l pior na cidade e 0,5 km/l melhor em estrada. Apesar da diferença sutil, os parâmetros do programa de etiquetagem estão mais rígidos, por isso a nota na categoria caiu de C para E, enquanto no geral se manteve com nota C. Nota 5.
Conforto – A suspensão é macia e absorve bem as irregularidades, mas em estradas sinuosas, a rolagem da carroceria incomoda um pouco os ocupantes. Os bancos dianteiros oferecem bom apoio lateral e a fileira central, deslizante, oferece uma ótima área para os ocupantes. O teto alto e a boa área envidraçada colaboram com o ambiente. A terceira fileira de bancos, com dois lugares, é mais indicado para crianças. O isolamento acústico não é dos mais rigorosos, mas é possível manter uma conversa em tom civilizado com o carro em movimento. Nota 8.
Tecnologia – A Spin foi atualizada em relação às emissões. Em 10 anos de mercado, vem recebendo atualizações, como controle de estabilidade, central multimídia e reconfigurações de motor e câmbio, que não o tornam moderno, mas atenuam as defasagens em relação à categoria que atua. Nota 7.
Habitabilidade – A maior valor da Spin é mesmo o espaço interno generoso, com capacidade para sete passageiros e a versatilidade oferecida pelos bancos deslizantes na segunda fileira. Para 2023, a Chevrolet passou a oferecer todas as versões com configurações diferentes, o que deu mais versatilidade ao carro: sete lugares com bagageiro de 162 litros, ou 553 litros com a última fileira rebatida, ou cinco lugares e 710 litros de porta-malas. Nota 9.
Acabamento – Os materiais usados na Spin parecem robustos e destacam o aspecto mais prático e pragmático da minivan da Chevrolet. Mesmo com o uso de detalhes em black piano e cromados, não há luxo. O revestimento do banco é simpático, mas não tem refinamento. Assim com a textura dos plásticos usados no interior. Nota 7.
Design – As linhas da Spin se mantiveram ao longo de 10 anos. Ou seja: ficaram datadas. Mesmo com a horizontalização dos elementos da frente e traseira no único face-lift do modelo, em 2017, o carro não passa a ideia de modernidade. A ausência retirada de cromados e frisos prateados dá um ar mais despojado à versão Activ7. Nota 6.
Custo/benefício – A Chevrolet pede R$ 128.390 pela Spin Activ7. E essa é uma enorme vantagem competitiva do modelo. Não há modelos na mesma faixa de preço com a mesma capacidade de passageiros ou mesmo porta-malas. O próximo modelo para sete passageiros mais em conta custa a partir de R$ 200 mil. Nota 8.
Total – A Chevrolet Spin Activ7 somou 73 pontos em 100 possíveis.
Apesar do visual aventureiro, a personalidade de monovolume é evidente na Spin Activ7. Foi uma forma da Chevrolet satisfazer os fiéis seguidores das modas automotivas, que atualmente atraídos por SUVs – do mesmo jeito que há 20 anos eram seduzidos por monovolumes. Essa personalidade de minivan mostra vantagens desde o momento que se entra no habitáculo. É um veículo prático para famílias numerosas ou para trabalho. O espaço é amplo na altura, na largura e também longitudinalmente. A aplicação para sete passageiros, porém, só é aconselhável com crianças na última fileira: além da área limitada, o é acesso difícil.
Em movimento, a Spin Activ7 é bem comportada, com um motor 1.8 litro de até 111 cv que não inspira uma abordagem mais esportiva. Ao contrário. O comportamento do câmbio automático de seis marchas induz a condução mais calma e responsável. Apesar do número de assentos, a Spin não é um carro longo: tem apenas 4,41 metros de comprimento. Por isso mesmo, se dá muito bem ser ambiente urbano. Para viagens, tem um bom comportamento dinâmico e oferece um excelente espaço de bagagem. Quando tem apenas cinco lugares ocupados, sobram de 553 litros non porta-malas, que conta com uma tampa enorme, que facilita o transporte de volumes grandes. Acelerações e retomadas são bem aceitáveis.
A suspensão é macia e absorve bem as irregularidades. Ao mesmo tempo, dá margem a uma certa rolagem lateral, principalmente em trechos sinuosos. A Spin é um modelo espaçoso e prático, mas segue o conceito de modelos compactos. Isso se reflete na qualidade dos materiais, na grande quantidade de plásticos rígidos no habitáculo e também nos recursos oferecidos, mesmo na versão mais cara, que é exatamente a Activ7. Uma desvantagem é que modelo sente um pouco o peso da idade. Por outro lado, está sozinho no mercado. Não há qualquer rival com as mesmas capacidades.
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção multiponto.
Transmissão: Câmbio automático de seis velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não possui controle de tração.
Potência máxima: 111/106 cv a 5.200 rpm com etanol/gasolina.
Torque máximo: 17,7 a 2.600 rpm com etanol e 16,8 kgfm a 2.800 rpm com gasolina.
Diâmetro e curso: 80,5 mm X 88,2 mm. Taxa de compressão: 12,3:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora e amortecedores pressurizados. Traseira por eixo de torção com barra estabilizadora e amortecedores pressurizados. Controle de estabilidade de série.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS de série.
Carroceria: Monovolume em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,42 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,69 m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série.
Capacidade do porta-malas: 162 litros/553 litros.
Tanque de combustível: 53 litros.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.
Preço: R$ 128.390.
Fotos: Eduardo Rocha/Auto Press
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